João Emanuel Carneiro

quarta-feira, 28 de maio de 2008



Autor de duas novelas de sucesso: Cobras & Lagartos (2006) e Da Cor do Pecado (2004), João Emanuel Carneiro assina, pela primeira vez, uma novela das 20h.

Para a sua estréia em grande estilo, o autor promete um novelão. Nada difícil quando se trata de uma trama cujo tema central contrapõe dois pontos de vista para uma mesma história. Quem está dizendo a verdade? Flora ou Donatela? Cabe ao público escolher a sua favorita!

Fora da TV, João Emanuel também tem vasta experiência em roteiros de filmes consagrados e premiados, como “Central do Brasil” (1998), “O Primeiro Dia” (1998), “Castelo Ra-tim-bum” (1999), “Orfeu” (1999), “Cronicamente Inviável” (2000), “O Filho Predileto” (2001), “A Partilha” (2001), “Seja o que Deus Quiser” (2002), “Redentor” (2003), “Cristina quer Casar” (2003), “Deus é Brasileiro” (2003) e “A Dona da História”.

Na entrevista abaixo ele adianta o que você vai ver em A Favorita:

No que você se inspirou para criar a trama de A Favorita?
O ponto de partida foram as duas mulheres, Flora e Donatela. São dois pontos de vista de uma mesma história. Uma das duas está sendo sincera. Criei uma trama em que tanto Flora como Donatela possuem versões totalmente críveis. Eu mesmo não sei qual delas está dizendo a verdade. E quero que o público se pergunte isso também. Mas é claro que, num determinado momento, vou julgá-las e decidir quem é a vilã e quem é a mocinha. Mas, para tomar esta decisão, vou me basear em diversos fatores, como a química da novela no ar com o público, a atuação das atrizes, enfim, tudo que possa me ajudar a escolher um caminho. Essa história é um drama psicológico, um jogo estimulante, uma trama que inventei para me desafiar.

Qual é a mensagem principal de A Favorita?
Pretendo discutir o julgamento que fazemos das pessoas. Acho que, hoje em dia, a gente não sabe nunca quem está dizendo a verdade. Não se sabe se os políticos estão dizendo a verdade, se as pessoas próximas a você são confiáveis... Nós estamos vivendo em uma época em que somos, em geral, lançados muito à dúvida. De certa maneira, essa história é uma ousadia, com a versão tradicional do folhetim. É uma brincadeira com isso, uma provocação ao folhetim.

O que o público pode esperar da novela?
A Favorita é um novelão, no sentido de ter uma trama central muito bem definida, mas os personagens são muito humanos e todos eles são passíveis de redenção. Será possível que as pessoas continuem mantendo a ética, acreditando nos seus valores, em situações completamente adversas? Qual é o limite para a manutenção da ética?

Você costuma abordar muito o tema família em suas tramas. Por quê?
Essa idéia de família me fascina muito. Acho que o brasileiro é fascinado pela idéia de família. É um tema que me interessa e interessa às pessoas. Além da idéia da família ser muito importante, acho que está sendo muito discutida neste momento.

Você assinou duas novelas de sucesso no horário das sete e agora escreve uma trama para o horário nobre da emissora. Como foi receber este convite?
Foi uma grande honra e um grande desafio para mim. E eu adoro desafios. Estou muito seguro dessa história. É uma história que pede para ser contada.

O que não pode faltar numa novela das 20h?
Acho que a novela das oito tem que partir de uma identificação maior das pessoas com as situações vividas, mostradas, tem que ser mais realista, tem que ter mais um grão de verdade.

Qual a sua rotina de trabalho?
Nunca quero mais trabalhar de madrugada. Eu trabalho de meio-dia às 13h. Depois vou até dez, onze da noite e aí eu paro. Depois vou jantar fora, em casa, ver filme, viver a vida. É assim que gosto de trabalhar.

Como é o seu processo de trabalho?
Faço uma escaleta de 20 páginas e meus colaboradores - Denise Bandeira, Vincent Villari, Marcia Prates e Fausto Galvão - elaboram as cenas, que já estão, mais ou menos, desenvolvidas. Na verdade, eles dão acabamento às cenas.

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