Férias do “SP Record” são um desrespeito ao telespectador e ao jornalismo. Programação de férias é apenas uma desculpinha que não cola

Eu já vi muitas coisas na televisão brasileira, mas nunca um período de férias para um telejornal. Isso mesmo. A Record resolveu tirar do ar (temporariamente, afirmam os chefes e diretores do departamento) o “SP Record” para colocar no ar uma programação especial de férias para a garotada que não está na escola. Mas, será que alguma criança estuda às 19h para justificar uma mudança tão radical?
Férias para um telejornal é inaceitável, algo inédito na televisão brasileira e um sinal do quanto a Record respeita seus telespectadores e, mais do que isto, seus princípios. Os diretores da emissora sempre afirmaram orgulhosos que são ótimos no telejornalismo, que exibem mais horas de informação do que as concorrentes e conseguem mobilizar uma grande equipe nos fatos inesperados e nas grandes tragédias. O orgulho foi enterrado com o anúncio das férias do “SP Record” e lá na Barra Funda há quem não aceite perder espaço para o “Pica Pau”, a estrela máxima da emissora.
Nos bastidores são muitas as versões para esta decisão e vão desde o ciúmes de alguns setores até a baixa audiência de um telejornal que não tem faturamento. Quanto aos números é importante destacar que nas últimas semanas o “SP Record” oscilou entre 04 e 07 pontos e que o “Pica Pau” marcou 07 de média na primeira noite sem o “SP Record”. A Record pode afirmar que é pioneira nessa história de férias de um telejornal…
E não adianta defender a posição da Record com as férias de programas da Xuxa, Jô Soares e “Globo Repórter”. Jornal é jornal e programa é programa.

RedeGlobo1