Raoni Carneiro se define como um típico "caipira". "Fui criado como um moleque do interior. Sou rural, caipira mesmo", conta. Nascido em Itapetininga, interior de São Paulo, o ator de 26 anos que interpreta o Heraldinho, em "Negócio da China", recorda que, até os 13, só pensava em freqüentar rodeios. Pelo menos até a passagem de um grupo teatral amador por sua cidade, quando tudo mudou. "Apaixonei-me pelo teatro e passei a intercalar: um fim de semana ia para o rodeio; no outro, para o teatro", conta ele.
Raoni foi convidado por Miguel Falabella para atuar pela segunda vez em uma trama sua. A primeira foi "A Lua Me Disse", de 2005. Na história atual, Heraldinho vive no meio do "fogo cruzado". Filho de Luli Maria (Eliana Rocha) e irmão de Heitor (Fábio Assunção), o rapaz passa seus dias tentando aplacar as brigas da família.
Superprotetora, Luli implica com Lívia Grazi Massafera), esposa de Heitor há 11 anos. "Na verdade, ela é contra qualquer namorada dos filhos", diverte-se. Apesar das constantes crises familiares, Heraldinho é do tipo que adora reunir a "galera" em uma boa roda de violão e ainda é fascinado por kung fu, arte marcial com forte presença na trama. No lado sentimental, ele está cada vez mais envolvido com Mirna (Renata Vilela). "O personagem está super feliz porque é a primeira vez na vida que sai com uma mulher que tem diploma", afirma, aos risos.
Decidido a seguir carreira na interpretação, aos 15 anos Raoni foi para São Paulo. Lá, matriculou-se no Teatro Escola Célia Helena e não parou mais. Embora tenha cursado Letras e Direito - mas não tenha concluído nenhuma das faculdades -, foi nos palcos que ele se "encontrou". Após muitas peças de teatro e testes para a tevê, o ator finalmente foi aprovado para o elenco de "Agora É Que São Elas", trama de Ricardo Linhares exibida pela Globo em 2003. "Até a novela, passei por uns 15 testes. Mas, depois que aconteceu, foi tudo rápido demais", pontua.
Seu trabalho seguinte na tevê foi em "Seus Olhos", do SBT. Depois, ele voltou para a Globo em "A Lua Me Disse", retornou ao SBT para "Amigas e Rivais" e agora está de volta à Globo. O vaivém entre as emissoras é visto como um aprendizado pelo ator que, aliás, demonstra uma rara clareza quanto à profissão. "Por mais que haja 'glamour', é uma carreira instável. Tenho a consciência de que tenho de ser um bom profissional e ter conduta e ética esteja onde estiver", pondera.
Manter um certo romantismo em relação à profissão é outra característica do ator. Embora confesse que já pensou em desistir - há cerca de dois anos, quando passou por uma fase de "vacas magras" de trabalho -, Raoni é do tipo que acredita que a constante possibilidade de sonhar é o ponto forte de seu ofício. "Quando acaba um sonho, no dia seguinte entra outro", romantiza.
Sua idéia é ter criações vanguardistas que transmitam mensagens importantes para quem o assistir, sem maiores preocupações comerciais.
"Quero ter uma estrutura de vida que me permita passar carvão no rosto e protagonizar 'Otelo', de Shakespeare, nem que seja para duas pessoas na platéia", sonha.
Contratado por obra pela Globo, Raoni conta que o que não falta são novos projetos. Vocalista da banda Trupe, de MPB, ele está às voltas com a produção do primeiro CD do grupo. No teatro, ele se prepara para protagonizar, em 2009, "Romeu e Julieta", com direção de Marcelo Lazarotto. No cinema, ele vai produzir três curta-metragens: "Varenique com Vatapá", "Augusta 513" e "Obrigado Por Te Ajudar". "Sou muito ativo e dinâmico. Independentemente de estar no ar ou não, estou sempre trabalhando", garante.
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Dividido entre rodeio e teatro, ator de "Negócio da China" se diz "caipira"
domingo, 26 de outubro de 2008
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Postado por RD1 AUDIÊNCIA às 17:01
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