sexta-feira, 27 de junho de 2008



Titulo

Quem assiste a A Favorita provavelmente fica revoltado com o que Catarina sofre na mão do marido.

Ela é tratada como uma empregada por Leonardo e ainda faz vista grossa para as cantadas que ele dá em outras mulheres na frente dela!

O sofrimento da personagem vem causando repercussão, assim como o desempenho da atriz.

Conversamos com Lilia Cabral sobre esse tema que está presente não só na novela, mas também na vida real de muitas pessoas.

O que você acha desse tipo de situação?
Eu acho um absurdo. Qualquer atitude de injustiça cria uma revolta e não dá para ficar calado. Todo mundo, de alguma forma, se coloca, porque não suporta ver uma coisa dessas. É a mesma coisa quando você vê alguém chutando um cachorro na rua, você não vai ficar revoltada?

Por que você acha que uma mulher aceita isso?
Às vezes a mulher se submete pelo próprio amor mesmo, ou porque tem medo, acha que se perder o marido se tornará uma pessoa fracassada, e não sabe que às vezes a solidão ajuda no crescimento.

Você conhece algum caso semelhante ao de Catarina na vida real?
Conheço vários casos, e mais próximo do que a gente imagina. Muitas vezes a situação é disfarçada, as pessoas tentam esconder e a gente finge que não sabe. Mas isso acontece e muito. Depois que começou a novela várias pessoas me contam histórias parecidas com a de Catarina.

Que conselho você daria para alguém que vive isso?
É muito difícil enfrentar a solidão, mas é muito melhor enfrentar a permanecer com uma pessoa desse tipo. Porque ela te impede de viver e, quando você não vive, você não cresce. E viver é ter liberdade de expressão, de pensamento, de questionamento. Se você está sob o poder de alguém, significa que você não é nada, não tem suas próprias opiniões e atitudes e, por mais que seja dolorida a solidão, é melhor enfrentar do que ser nada.

Por que você acha que um marido age assim?
Acho que é pura frustração. Deve ser uma pessoa que sempre quis muito na vida e não conseguiu nada. O máximo que consegue é tentar derrubar os amigos para ser alguém e não por capacidade própria. Uma pessoa covarde que não sabe enfrentar as coisas e descarrega na mulher e nos filhos. Então precisa exercer poder sobre outra pessoa para se sentir bem.

Como está sendo a reação do público?
As pessoas querem matar o Leon (risos). Todos se manifestam contra o marido, mas não muito a favor da Catarina porque eles ainda não entendem essa submissão e essa infelicidade dela. As pessoas falam: “Ela não pode aceitar isso, ela precisa fazer alguma coisa”. Eles ficam indignados por ela não reagir, mas acho que daqui a pouco o João Emanuel (Carneiro, autor da novela) vai ajudar um pouco a situação de Catarina.

É engraçado que agora passo pelo contraponto da última personagem que fiz, que era totalmente o oposto. Eu fazia uma esposa mandona, a quem o marido era submisso, e o público queria me matar. Agora estou conhecendo o outro lado da história (risos).

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