Irmã do autor, Cláudia Ohana está em 'A favorita'

Pouca gente sabe, mas Cláudia Ohana e o autor de "A favorita", João Emanuel Carneiro, são meio-irmãos. Apesar do parentesco, pela primeira vez a atriz tem um papel fixo numa novela dele. Mas o convite para viver Cida, sua personagem na novela, foi feito pelo próprio.

— Não é porque as pessoas são da mesma família que elas têm que trabalhar juntas sempre. Inclusive, pouca gente sabe da nossa relação. Também tenho Carneiro da Silva, que é o sobrenome do nosso pai. Mas uso Ohana, que é o da minha mãe — diz a atriz, mostrando-se reticente em comentar o assunto.

No passado, Cláudia fez uma participação em "Da cor do pecado", de autoria do irmão, como um espírito que invadia o corpo de Zuleide (Vanessa Gerbelli). Ela ainsa viveu a ex-cortesã Dona Antônia em "A muralha", minissérie na qual João Emanuel era colaborador. Agora, em "A favorita", encarna Cida, uma caminhoneira que vive longe da família há anos:

— Ela é estourada, não tem vergonha, ri alto, é intensa... No passado, teve uma séria briga com o pai, Copola (Tarcísio Meira). A mãe, Iolanda (Suzana Faini), nem a quer de volta em casa. Mas tudo é um mistério ainda para mim.

Para entrar no universo da personagem, Cláudia aprendeu a dirigir caminhão e conversou com Duda, uma caminhoneira gaúcha que lhe relatou detalhes da dura profissão.

— Ela me mostrou que dá para ser feminina, sim, mas não muito porque é um meio masculino. Na novela, o caminhão da Cida é azul e rosa. O complicado é dirigir. Além de ser maior e mais pesado, tem mais marchas que um carro — conta a atriz, que machucou o pulso numa das aulas e dispensa dublês nas gravações.

Apesar de Cida só ter entrado na trama no capítulo de ontem, Cláudia já sente o desafio que terá pela frente nos próximos meses:

— É um personagem atípico, diferente de tudo o que já fiz e diferente de mim, que sou mais tranqüila. Está sendo um prazer.