RIO - Repleto de rosas vermelhas, um colchão king size do motel Vip's serviu, durante três semanas, como palco para tiradas que vão da reflexão existencial ao puro romantismo trocadas por Reynaldo Gianecchini e Paola Oliveira. Isso quando o barulho na suíte ao lado não interrompeu as filmagens de "Entre lençóis", longa-metragem capitaneado pelo cineasta colombiano Gustavo Nieto Roa, diretor de filmes como "Caín" e "El taxista millionario", que se resume a dois atores, um quarto e uma longa discussão sobre desejo, insegurança e amores expressos.
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- Estas paredes são grossas. Mas, teve dia, em que as risadas aqui do lado eram tão altas que a gente tinha que parar. Fazer o quê? Ir lá, bater na porta e pedir para fazer menos barulho. Não! Isso aqui é um motel que não pára - brinca Tiago Müller, produtor do projeto, orçado em R$ 950 mil, que estará pronto para chegar às telas na primeira semana de janeiro.
Nesta quarta-feira, no último dia da filmagem, será a única vez em que a produção se desloca para um cenário diferente: uma boate na Barra da Tijuca. É lá que os dois protagonistas, Paula (Paola) e Roberto (Gianecchini) se conhecem. Ele acaba de sair de uma relação fracassada. Ela está prestes a se casar, mas quer curtir os últimos momentos de sua liberdade afetiva plena. No encontro, brota uma paixão e muita conversa.
- Eu procurei muitas Paulas insatisfeitas conversando com outras mulheres - explica Paola Oliveira, que, em sua primeira experiência como protagonista, preparou-se assistindo a toda a sorte de produções concentradas em papo de casal. - Eu vi "Antes do amanhecer" e "Antes do pôr-do-sol", entre outros filmes.
Já Gianecchini não caçou tantas referências antes de compor a figura de Roberto.
- Este é um filme de ator em que a gente tenta tirar a palavra o máximo possível para deixar as expressões falarem. Como é a história de duas pessoas que se apaixonam após um pacto de sinceridade, eu resolvi buscar o que havia dentro de mim para emprestar ao personagem. Eu sei como esse cara, o Roberto, é - diz o ator.
A descrição dos atores para "Entre lençóis" aciona uma inevitável analogia com o longa teuto-chileno "Na cama" (2005), de Matías Bize, centrado em duas pessoas que se envolviam conforme soltavam o verbo.
Mas Gustavo Nieto Roa jura que seu filme transita por curvas diferentes das trafegadas pelo longa de Bize.
- Já aconteceu pelo menos umas cinco vezes na minha vida de eu ter uma idéia para um filme e, dias depois, ir ao cinema e ver uma idéia igual transformada em filme - diz o diretor.
- Com "Entre lençóis", a idéia era fazer um filme com diferentes histórias de casais. Acabei decidindo me concentrar em apenas uma. Mas as discussões aqui são bem diferentes das de "Na cama".
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